domingo, 24 de março de 2013



 Relatório de Viagem: “Visita Monitorada aos Engenhos São Félix e Dira, e as Fazendas Camaçari e Santa Cruz, no Estado de Sergipe”.
·        Em: Santa Luzia do Itanhy ,  Itaporanga D’ajuda e Laranjeiras (SE).
Harley Augusto Oliveira Santos
Graduando em Licenciatura em História pela Universidade Federal de Sergipe
Harleygremista@hotmail.com  
Foto da turma reunida em frente a casa do Engenho São Félix - Santa Luzia do Itanhy.
No dia 09 de março de 2013, os alunos do curso de Licenciatura em História da Universidade Federal de Sergipe, principalmente os da turma Temas de História de Sergipe II, acompanhados também com os alunos da terceira idade da mesma instituição,um ciclo de visitas aos engenhos São Félix, em Santa Luzia do Itanhy, Fazenda Camaçari e Engenho Dira ambos em Itaporanga e finalizando o ciclo de visita a casa de Dona Baby, local onde estão alguns moveis do antigo engenho Pedras localizado na cidade de Laranjeiras. Saímos de Aracaju-Se por volta das 6:45hs, uma manhã de sábado ensolarado em direção à Santa Luzia do Itanhy com destino ao Engenho São Félix sob a direção do Professor do DHI Dr Antônio Lindivaldo Sousa

Chegamos ao nosso destino por volta das 8:00 hs, lá tivemos  a satisfação de ter uma aula ministrada pelo professor Lindivaldo bem em frente ao engenho, no qual ele nos mostrou um pouco sobre a história daquele Engenho que antes de possuir esse nome de São Félix, ele era chamado de "Tuntun"  e que veio a ter esse nome de hoje devido ao Capitão Félix da Rosa. Um outro detalhe abordado pelo professor foi o período do seu auge, entre final do século XVIII e século XIX coincidindo com o auge do açúcar aqui em Sergipe.
Momento da aula pública do professor Antônio Lindivaldo Sousa.

Vimos também a importância de um dos seus proprietários, o Tenente Coronel Paulo de Souza Vieira, no qual ele foi o responsável pelo desenvolvimento e crescimento do engenho, ampliação da casa-grande só que o mesmo faleceu muito novo, com 40 anos apenas, sua viúva casou-se novamente com José Oliveira leite, o famoso barão de timbó. O interessante é que depois de passar por várias gerações, o engenho São Félix iria se tornar uma usina no século XX e hoje se dedica economicamente a criação de gado. Não podemos deixar de destacar que hoje p engenho é pelo decreto lei número 6126, Patrimônio Material do Estado de Sergipe.
Na segunda parte de visitas a esse engenho, fomos conhece-lo por dentro a Casa-Grande, lá pudemos observar os móveis coloniais de origem portuguesa, quadros, divisões da casa bem ao estilo colonial, um lugar perfeito para tentar voltar a um passado que fez parte da nossa história e perceber nos mínimos detalhes como é bela a arquitetura, os móveis, em fim, o estilo colonial, porém, não podemo deixar de citar que muitas coisas sofreram modificações de acordo com os seus proprietários, é importante deixar claro que visitá-lo não é apenas reviver o passado através dos objetos materiais, mas sim contar a história dos que viveram naquele local.
 
Faxada do engenho São Félix. Da esquerda para direita Gabriela, Harley, Natally, Tamires e Rosana.
Arcevo Harley: São Nobre do Engenho São Félix.







Arcevo Harley: Outra vista do São Nobre Engenho São Félix.  



Arcevo Harley: Móveis do Engenho São Félix.


Professor Samuel no momento da palestra.
Com o fim da primeira visita, fomos em direção a cidade de Itaporanga com o objetivo de conhecer mais um engenho, agora o da Fazenda Camaçari, chegamos por volta das 11:00 horas e fomos bem recebidos pela Maria Augusta, neta de Arnaldo Rolemberg Garcez com bastante água de coco e suco de diversas frutas. Mais uma vez tivemos o privilégio de ter mais uma aula acerca da história dos engenhos, mas agora o palestrante foi o professor de Museologia da Universidade Federal de Sergipe Samuel Barros, que demostrou muito conhecimento sobre a história daquele engenho, o professor deu destaque ao início da história daquele local, mostrou que suas referências vinheram de inventários, bem como outros registros do Camaçari. Também nos falou que nos primeiros registros demostram que o Engenho teve como primeiro proprietário José Ribeiro Losano em 1807, no qual em 1855 veio a ter os primeiros registros escritos no que se refere a fazenda, no qual nesse período a fazenda já pertencia ao Domingos Dias Coelho e Mello, futuro Barão de Itaporanga, sendo em 1870 esse engenho pertenceria ao Barão de Estância, proprietário do engenho Escurial, mas que devido as divisões de herança ficou com a posse do Engenho Camaçari, sendo que hoje, o engenho ainda pertence a família Dias Coelho e Mello. 
Arcevo Harley: Telefone da época.
Com o fim da palestra do professor Samuel, nos dividimos em dois grupos, sendo um responsável pela visita da parte interna da casa e o outro para a visita da Capela, sendo que depois de cada visita os grupos fizesse um revezamento nas visitas, fiz parte primeiramente da visita ao interior da casa, lá pude perceber a originalidade dos móveis, de um piano da época, de um telefone muito antigo, uma foto do antigo governador Arnaldo Garcez membro da família com o então Presidente Getúlio Vargas, só desse quadro já podemos ter ideia do prestigio daquela família, tudo o que faz voçê quando estiver visitando voltar ao passado colonial.
Arcevo Harley: Eu utilizando o Telefone antigo.

Arcevo Harley: Quadro que mostra o encontro do Governador Arnaldo Garcez com o então Presidente Getúlio Vargas.

Arcevo Harley: Mobilia do Engenho Camaçari.
Arcevo Harley: Piano do Engenho Camaçari.


Logo em seguida fui visitar a Capela que existe no Engenho, e chegando lá percebi que preserva os traços coloniais, mas parece que já está desativada.
Arcevo Harley: Capela no Engenho Camaçari.

Arcevo Harley: Altar da Capela.




 Por fim, nos reunimos mais uma vez na entrada da casa e fomos agraciados com mais um lanche, e podemos perceber que a família está preocupada com a situação da fazenda hoje, pois dona Augusta muito emocionada nos falou que eles correm riscos de serem invadidos pelo movimento MST, e que inclusive a mesma já escreveu a Presidente da República pedindo interferência no caso, pois a mesma não irá suportar ver as terras pertencentes a seus ancestrais e que ali se encontra a história de toda a sua família sendo invadida por pessoas que não teriam compromisso em preservar toda a história ali pertencente, chegando inclusive a pedir a nós estudantes universitários que ajudassem a preservar toda aquela história.
Arcevo Harley: Faxada do Engenho Dira.

Por volta do meio dia, saímos da Fazenda Camaçari e nos deslocamos para a cidade de Itaporanga para que pudesse-mos almoçar. Por volta das 14:00 horas voltamos ao ciclo de estudo, nos dirigimos agora para mais uma visita, sendo agora o Engenho Dira que fica entre as cidades de São Cristovão e Itaporanga, e que hoje se encontra pertencente ao José Augusto Vieira do grupo Maratá. Chegando lá por volta de umas 15:30hs, ficamos deslumbrados com a beleza do local, muito bem preservado, mas que a parte da Casa-grande perdeu toda a sua originalidade na parte de dentro, o lado externo também sofreu algumas modificações, mas está muito mais próximo do que era antes

Arcevo Harley: Engenho Dira.
Vista de longe da Capela Senhor do Bonfim.
Em seguida fomos visitar a Capela do Senhor do Bonfim que é datada do ano de 1703, e lá mais uma vez tivemos a palestra do professor Lindivaldo, no qual ele nos falou que uma das pessoas a falarem sobre o Engenho Dira, é a Arquiteta Kátia Loureiro, mencionou que os bancos não são da época de criação da capela, pois antes a missa era celebrada em pé e o padre de costas para os fieis, também o professor destacou a presença de São Benedito e a presença do catolicismo penitencial, a imagem de Cristo Crucificado que é uma caracteristica do Vaticano I. Podemos perceber que a Capela está bastante conservada e que existe um trabalho sério por parte dos proprietários.
Arcevo Harley: Frente da Capela Senhor do Bonfim.
Arcevo Harley: Eu na parte superior da Capela.
Finalizando a visita ao Engenho Dira, voltamos para a Casa- Grande, mas não sei por quais motivos não fomos autorizados a entrar na parte interna da casa, encerrando assim mais uma visita. Saímos do Engenho Dira por volta de umas  16:30 hs em direção a cidade de Laranjeiras, mais especificamente a Fazenda Santa Cruz que tem como proprietária a senhor Baby. 

Arcevo Harley: Faxada da Fazenda Santa Cruz.
Por volta de umas 17:30hs chegamos a fazenda Santa Cruz, lá tivemos a oportunidade de ouvir mais uma palestra, agora da recém graduada em História e Mestranda Pricila que através de suas pesquisas descobriu que a Fazenda teve como seus primeiros proprietários a familia Bragança. Nessa fazenda podemos encontrar os móveis que faziam parte do antigo Engenho Pedra.

Arcevo Harley: Momento da fala de Pricila.
Arcevo Harley: Uma parte da estante da biblioteca.
Arcevo Harley: Estante da biblioteca.

Arcevo Harley: Mobilia do Engenho Santa Cruz.
Arcevo Harley: Quadro resaltando a pintura de uma das antigas moradoras.
Podemos perceber que os seus móveis ainda continua bem preservado, é de suma importância mensionar que Dona Baby residiu no Engenho Pedras no período de três anos, sendo de 1969 a 1971.  Terminada a fala da Mestranda Pricila, podemos ir apreciar o restante da casa, no qual vimos que esta esta divida em duas partes, a parte de baixo com salas, conzinha, quartos e a parte superior que também possui quartos e uma biblioteca impresionate, que me chamou bastante atenção devido ao seu elevado número de acervos. finalizando nossa visita, fomos agraciados com um gostoso doce - de- leite, no qual todos que estavam presentes acharam maravilhoso, inclusive teve algumas meninas que não resistiram e foram pedir a receita do doce. Terminamos o nosso encontro por volta das 18:30 hs e retornamos para Aracaju, encerrando assim o nosso dia de visitas aos engenhos que fizeram parte da nossa história colonia.

Finalizando esse relatório, quero deixar a reflexão da importância em visitar e conhecer um pouco mais de perto os lugares que fizeram parte da nossa história, colocar um pouco em prática o que vemos nos livros, além de conhecer a história material, é de suma necessidade se estudar também a história daqueles que fizeram parte dessa história, é uma forma de ressucitar e trazer de volta para essas paredes aqueles que um dia habitaram esses locais. Como disse o professor Lindivaldo, temos o privégio de em um dia pecorrer as duas pontas do nosso Estado indo do Vaza-Barris ao Cotinguiba para conhecer os engenhos que fizeram parte da nossa história colonial, tenho certeza que esse dia jamais sairá do pensamento daqueles que fizeram parte desse ciclo de visitas, espero que nós futuros historiadores não deixe essa linda história ser apagada com o tempo e que sejamos responsáveis para que em um futuro próximo os futuros professores estejam levando os futuros alunos para que também conheça essa história de perto e deixe sempre viva a lembrança daqueles que fizeram parte da nossa história colonial.

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